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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Retrovisor


Pelo retrovisor enxergamos tudo ao contrário. Letras, lados, lestes. O relógio de pulso pula de uma mão pra outra e na verdade nada muda. A criança que lhe pediu dez centavos, é um homem de idade no meu retrovisor, a menina debruçando favores, toda suja, é mãe de filhos que não conhece, vendidos por açúcar. Prendas de quermesse. A placa do carro da frente se inverte quando passo por ele, e nesse tráfego, acelero o que posso, acho que não ultrapasso e quando o faço, nem noto. O farol fecha. Outras flores e carros surgem no meu retrovisor. Retrovisor é passado. É de vez em quando do meu lado, nunca é na frente. É o segundo mais tarde, próximo, seguinte. É o que passou e muitas vezes ninguém viu! Retrovisor nos mostra o que ficou, o que partiu, o que agora só ficou no pensamento. Retrovisor é mesmisse em dia de trânsito lento. Retrovisor mostra meus olhos com lembranças mal resolvidas. Mostra as ruas que escolhi, calçadas e avenidas. Deixa explícito que, se vou pra frente, coisas ficam pra trás. A gente só nunca sabe, que coisas são essas.

1 Comentário:

Anna Beatriz disse...

Amei a postagem, muito sábia ;)

Retrovisor

1 comentários

Pelo retrovisor enxergamos tudo ao contrário. Letras, lados, lestes. O relógio de pulso pula de uma mão pra outra e na verdade nada muda. A criança que lhe pediu dez centavos, é um homem de idade no meu retrovisor, a menina debruçando favores, toda suja, é mãe de filhos que não conhece, vendidos por açúcar. Prendas de quermesse. A placa do carro da frente se inverte quando passo por ele, e nesse tráfego, acelero o que posso, acho que não ultrapasso e quando o faço, nem noto. O farol fecha. Outras flores e carros surgem no meu retrovisor. Retrovisor é passado. É de vez em quando do meu lado, nunca é na frente. É o segundo mais tarde, próximo, seguinte. É o que passou e muitas vezes ninguém viu! Retrovisor nos mostra o que ficou, o que partiu, o que agora só ficou no pensamento. Retrovisor é mesmisse em dia de trânsito lento. Retrovisor mostra meus olhos com lembranças mal resolvidas. Mostra as ruas que escolhi, calçadas e avenidas. Deixa explícito que, se vou pra frente, coisas ficam pra trás. A gente só nunca sabe, que coisas são essas.

1 comentários:

Anna Beatriz disse...

Amei a postagem, muito sábia ;)

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