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sábado, 16 de outubro de 2010

Admirável transitoriedade.

Parar de ter medo de mudanças. Mudar e passar a vê-las como degrau para 'desverdear'. Não ter o pequeno pensamento da perfeição que seria se as mesmas não tivessem se feito concretas, que tudo é melhor como está. Eterno desejo vão de estagnar os ponteiros. Ilusão de manter o sol no céu.
Apreciá-las, admirá-las e, de vez em quando, ansiá-las. As mudanças provocam, em mim, fascínio e suas filhas, as lembranças, trazem-me saudade, alívio e permitem-me viver o ontem. Perfeitos particípios. Interrogações, arrependimento e orgulho.
E observar cada pelo que nasce, cada voz que muda, cada lagarta que transforma-se em borboleta, cada relacionamento destruído, cada desabrochar de uma flor, cada luto, cada vida.
E é o vicioso ciclo da vida. Belo, singelo e incerto, fazendo nascer em cada um, um novo alguém, quem?

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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Maldita palavra mau dita.

E quanto eu mais eu te seguro e tento te criar presa, mais você cresce e o perigo de escapar aumenta. E quando isso acontece, causa estrago: corta pessoas, esmaga corações, me pisa e me coloca no chão. Mas eu tenho minhas armas pra te segurar! Visto-me com o orgulho e uso a frieza como escudo. E então outro 'mas' surge: a impulsão é inimiga, ela sempre acha as chaves pra te soltar. Ela gosta de ser rainha! De "meter os pés pelas mãos".
E uma vez solta, você transborda por tudo quanto é buraco: pelo olhar, pela boca, pelas teclas, pelas cordas do violão...
Eu não sei te controlar, você parece ter vida própria. Não pode pensar sem mim! Mas é só juntar uma sílaba ali e aqui e pronto: você escapa de novo.
Você sai quando bem entende. Às vezes me honra, às vezes me envergonha. De vez em quando me faz vilã. Onde eu acho suas rédias?
Porque quando algum problema não nos permite apenas apertar o 'mute', nós temos que aprender a conviver com ele e a controlá-lo.
Mas sem você eu não viveria, se faz viva a ironia, tira toda a agonia do sufoco que é te abafar. Sem você, quem iria me coroar e fazer meu reinado? E o dom da crítica não me seria honrado. Eu ainda sonho em te controlar.

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Admirável transitoriedade.

12 comentários
Parar de ter medo de mudanças. Mudar e passar a vê-las como degrau para 'desverdear'. Não ter o pequeno pensamento da perfeição que seria se as mesmas não tivessem se feito concretas, que tudo é melhor como está. Eterno desejo vão de estagnar os ponteiros. Ilusão de manter o sol no céu.
Apreciá-las, admirá-las e, de vez em quando, ansiá-las. As mudanças provocam, em mim, fascínio e suas filhas, as lembranças, trazem-me saudade, alívio e permitem-me viver o ontem. Perfeitos particípios. Interrogações, arrependimento e orgulho.
E observar cada pelo que nasce, cada voz que muda, cada lagarta que transforma-se em borboleta, cada relacionamento destruído, cada desabrochar de uma flor, cada luto, cada vida.
E é o vicioso ciclo da vida. Belo, singelo e incerto, fazendo nascer em cada um, um novo alguém, quem?

Maldita palavra mau dita.

3 comentários
E quanto eu mais eu te seguro e tento te criar presa, mais você cresce e o perigo de escapar aumenta. E quando isso acontece, causa estrago: corta pessoas, esmaga corações, me pisa e me coloca no chão. Mas eu tenho minhas armas pra te segurar! Visto-me com o orgulho e uso a frieza como escudo. E então outro 'mas' surge: a impulsão é inimiga, ela sempre acha as chaves pra te soltar. Ela gosta de ser rainha! De "meter os pés pelas mãos".
E uma vez solta, você transborda por tudo quanto é buraco: pelo olhar, pela boca, pelas teclas, pelas cordas do violão...
Eu não sei te controlar, você parece ter vida própria. Não pode pensar sem mim! Mas é só juntar uma sílaba ali e aqui e pronto: você escapa de novo.
Você sai quando bem entende. Às vezes me honra, às vezes me envergonha. De vez em quando me faz vilã. Onde eu acho suas rédias?
Porque quando algum problema não nos permite apenas apertar o 'mute', nós temos que aprender a conviver com ele e a controlá-lo.
Mas sem você eu não viveria, se faz viva a ironia, tira toda a agonia do sufoco que é te abafar. Sem você, quem iria me coroar e fazer meu reinado? E o dom da crítica não me seria honrado. Eu ainda sonho em te controlar.

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